Uma pessoa religiosa costuma demonstrar um forte apego a elementos simbólicos como locais, datas, objetos e expressões corporais.
Para ela, certos lugares ganham um valor especial — são vistos como “santos” ou sagrados, onde a presença de Deus é mais intensa ou acessível. O mesmo acontece com datas específicas: há um dia certo para celebrar, para falar com Deus ou para realizar determinadas práticas espirituais.
Os objetos também assumem um papel central nesse tipo de religiosidade. Não é raro ver pessoas tratando itens como esculturas, adesivos ou objetos com formatos peculiares como se fossem consagrados. Esses elementos físicos tornam-se pontos de contato com o sagrado, como se carregassem uma energia ou bênção especial, e passam a fazer parte do ritual pessoal de fé.
A expressão corporal é outra marca importante. Certas posturas — como ajoelhar-se, fechar os olhos ou erguer as mãos — são repetidas com frequência e carregam significado profundo para quem vive a espiritualidade de forma mais ritualística.
Além disso, o uso de palavras específicas, quase como “palavras-chave” da fé, também é comum. Muitos utilizam expressões consagradas, frases repetidas ou jargões que reforçam o pertencimento a uma religião. Termos como “sangue de Jesus tem poder”, “aleluia” ou “glória a Deus” são usados com frequência, quase como parte de uma linguagem própria.
É justamente por isso que costumo dizer que não sou uma pessoa religiosa. Não porque não tenha fé ou não acredite, mas porque não me apego a esses elementos externos. Não me sinto ligada a lugares, objetos, gestos ou palavras específicas como sendo essenciais para viver minha fé. Mesmo me identificando com uma religião, a minha relação de fé se dá de forma mais livre, mais interior, sem a necessidade desses símbolos e rituais.
"Pessoa Religiosa" foi escrito por Joe Amaral em Junho de 2025